Você nem tem nada a ver comigo!
Eu nem gosto do seu jeito, do seu sorriso irônico, da sua canalhice, das suas roupas, da sua barba, da sua cara de debochado, da sua pulseira velha, do seu desprendimento, do seu colar ou dos seus brincos.
Eu nem gosto de você!
Por que resolveu assim, do nada, que era eu quem você ia beijar? Por que gastar energia e o papinho de conquistador logo comigo?
Logo comigo.
E você? De você, eu até gosto.
Mas quem disse que gosto do seu cheiro de cigarro, da sua falta de cuidado com a saúde, das drogas que usa, do álcool que consome? Quem disse?
Por que dizer aquelas palavras, logo pra mim, que gostei de ouvi-las?
Logo pra mim, que gosto de te ouvir, gosto das suas ideias, da sua liberdade, da sua coragem, da sua conversa?
Logo pra mim.
Bem, tem você. De você, eu gosto.
Só não gosto dos seus mistérios, dos seus enigmas, do seus segredos, não gosto do que me fazes imaginar e da insistente barreira invisível que distancia.
Eu tava quieta. Por que veio atrás dos meus conselhos, abraços, companhia e mesmo assim insiste nesse distanciamento?
Logo atrás de mim, e me fez gostar ainda mais da sua conversa, dos seus pensamentos, da sua atenção, do seu carinho, da companhia, dos seus objetivos e comprometimento.
Logo atrás de mim.
Sempre terá você. E você, eu amo.
Mas odeio sua falta de atitude, seu medo, os traumas que causei, a distância física e emocional, sua infantilidade, e tantas outras coisas.
Eu disse pra mim que não deveria começar isso, que tinha medo de estragar, eu me avisei. Mas já que insisti, já que funcionou, por que não continuar? Re-tentar? Por todos os motivos já falados? Balela! Eu que acreditava tanto...
Logo eu, que era tão inocente, que te admira, que fugia, que pisei na bola, que me arrependi, que... que...
Logo eu, logo você.
Logo nós?
Continuo nem gostando de várias coisas, gostando de várias outras e aprendendo a gostar e desgostar de coisas novas.
Logo agora, pagando língua.
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