domingo, 26 de junho de 2016

Empatia. 
1. capacidade de se identificar com outra pessoa, de sentir o que ela sente, de querer o que ela quer, de apreender do modo como ela apreende;
2. processo de identificação em que o indivíduo se coloca no lugar do outro e, com base em suas próprias suposições ou impressões, tenta compreender o comportamento do outro.
3. forma de cognição do eu social mediante três aptidões: para se ver do ponto de vista de outrem, para ver os outros do ponto de vista de outrem ou para ver os outros do ponto de vista deles mesmos.

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Me preocupa ter perdido a paciência com as pessoas.
Talvez eu esteja sofrendo de algum distúrbio de empatia.
A falta.

Talvez a ignorância sobre o funcionamento da mente humana não me permita entender as ações das pessoas. Não sei qual a doença do mundo. Mas estamos doentes. 
Todos e completamente.

Os sintomas estão por todos os lados. 
Sangrando bem em frente aos nossos olhos. 
Vomitados a cada soar de palavra. 
Com espasmos de ações totalmente previsíveis e incompreensíveis.
 
Estão onde não deveriam estar. 
Na dependência de coisas que não nos completam. 
Nos comportamentos de autossabotagem.
Na falta de sentido.

Talvez eu esteja sofrendo de algum distúrbio de empatia.
O excesso.

quinta-feira, 10 de março de 2016

A junção do igual com o oposto.
Do querer sentir e do real sentimento.

A colisão do passado com o presente.
Da vontade de "deixar estar" e de manipular o futuro.

Uma infinidade de possibilidades.
Um outro eu.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Acho que gosto de cometer alguns equívocos.
Talvez, depois de tantos, tenha aprendido a gostar.

É que com eles aprendo a caminhar.
Com eles, sou quem sou.

Cada dia é mais confuso, mais ambíguo.


Talvez equivocada.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Há uma certa nostalgia em escrever.
Há uma certa nostalgia em viver.
Não deveria, mas há.

Buscando reescrever roteiros, reviver histórias, restabelecer sentimentos.
Pra onde vai tudo isso?
Como é vertiginosa a falta de sentido!

Memória afetiva ás vezes dá uma rasteira na gente.


Desenhou sua história como um roteiro de um filme.
Magicamente a realidade foi reproduzindo cenas já conhecidas.
Um, dois, três meses de roteiros bem escritos.

A mente ousava mais, o coração correspondia.

Do outro lado ele dança a mesma música, mas com um compasso de atraso.
Uma história perfeita para viver a dois.
Cheia de uma perfeição em descompasso.

Rodopios para todo lado do salão, cenas de um filme quase bom.

O atraso se torna palpável. Cada um para um lado.
E aí a música para, o roteiro se desfaz.

Silêncio.

domingo, 17 de janeiro de 2016

Uma vez um ex-combatente da guerra do Afeganistão esteve entre meus amigos. Estava ali, sentado na mesma sala que a gente, mas sua mente não.

Naquele dia fiquei pensando em tudo o que ele talvez tenha passado para se tornar aquela pessoa ausente que vimos, tentei imaginar por onde seus pensamentos iam enquanto as demais pessoas conversavam amenidades e riam de coisas banais.
Tentei entendê-lo. Tentei ter compaixão à suas possíveis dores e vazios.

Achei que entendi.

Hoje, sei que jamais entenderei.
A vida já não se resumia a isso para ele.
Provavelmente aquele vazio aparente estava transbordando questionamentos invisíveis.

Hoje, sei que experiências intensas fazem uma marca profunda em quem somos e no nosso entendimento do mundo.
Já não é possível reconhecer o que era antes.
A vida já não se encaixa como um quebra-cabeças. O antes, carregado de significado, parece já não ter sentido.
E quer saber? Talvez o mais desnorteante nem seja a falta de sentido ou a busca por respostas, mas sim saber que, mesmo que tentem, ninguém jamais entenderá.

As vezes o subjetivo te tira do ar.
Dizem que o tempo tudo resolve.
Eu já disse isso inúmeras vezes, inclusive para você.
Inclusive quando queria dizer que não quero que o tempo resolva.

Não quero que o tempo apague nossas memórias, afaste nossos caminhos, confunda nossos sentimentos.

Quero seguir vivendo, mesmo que só aqui dentro, todos nossos momentos.
Quero que seja a realização dos meus primeiros pedidos.
Que seja o dedo do outro lado do fio vermelho.

E, principalmente, que a linha encurte.