Eu tentei não pensar em você, não sonhar com você, não respirar você todos os minutos do dia. Fingi que o primeiro pensamento ao acordar era algo genérico sobre o tempo, se chove ou faz sol. Fingi também que meus dedos não estavam ansiosos para discar o seu número, nem meus ouvidos implorando por ouvir sua voz, muito menos meu corpo pedia sua presença. Fingi que as palpitações que apareciam eram apenas aquelas de antes. Porém, se eu tivesse ido ao médico semana passada, com certeza ia responder a rotineira pergunta dele ("o que tá acontecendo com esse coração, tá apaixonada?) com um sim do tamanho do mundo e pediria para que ele fizesse toda essa dor parar. Acredito que nada poderia fazer por mim, afinal, o remédio só você e eu possuímos. Ainda bem que percebi isso.
Percebi também que eu não poderia fingir que um amor como esse não existia, muito menos que um futuro cheio de bons momentos nos esperava. Foi aí que me permiti sentir essas sensações com toda intensidade que mereciam.
Veio então a amizade, cumplicidade, companheirismo, paixão e muitas outras coisas juntas. A vontade de estar junto voltou mais madura e completa. O resumo disso tudo vou tentar traduzir parafraseando Djavan:
"O que há dentro do meu coração
Eu tenho guardado pra te dar
E todas as horas que o tempo
Tem pra me conceder
São tuas até morrer"
Sim, todas as 'minhas horas' são suas. São nossas.
Ok, talvez não todas. Afinal, 'que seja eterno enquanto dure'.
Não durou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário